NOTA DE REPÚDIO ÀS AMEAÇAS E TENTATIVAS DE HOMICÍDIO E FEMINICÍDIO CONTRA LIDERANÇAS E COMUNIDADE QUILOMBOLAS DE ILHÉUS

QUILOMBOLAS de Ilhéus-Ba, se libertam de 8 anos da escravização promovida pelo movimento vantuy de sigla MVAB que sequestrou a associação da comunidade, entretanto, o custo de liberdade está custando graves violações aos direitos humanos de crianças, PCDs, idosas, mulheres e lideranças quilombolas ilheenses.

Essas famílias quilombolas permanecem em situação de ameaças, inseguranças e violências. Medo, aflições, incertezas, tentativas de homicídio, feminicídio e assédios estão sendo promovidas por pessoas infiltradas no quilombo pela entidade MVAB (de CNPJ 06.880.028/0001-47), em conjunto com um pedido de reintegração de posse e despejo promovida pela UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz) que reinvindica uma fazenda abandonada a cerca de vinte anos pela própria UESC mas que desde julho do ano passado cerca de cinquenta famílias quilombolas criaram nessa fazenda de terra devoluta a “RETOMADA ANCESTRAL QUILOMBOLA” dando função social ao imóvel se tornando a SEDE da Associação Quilombolas de Ilhéus.

 Em Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado em certidão de ocorrência na Delegacia de Polícia Federal em Ilhéus sb nº 162/2022, as lideranças Quilombolas Marcolino Vinicius Vieira, ex-tesoureiro e Rosângela Santos ex-presidenta da associação, registraram os furtos, ocorridos na associação de cópias de documentos da maioria dos associados.

 O fato ocorreu no dia 21 de agosto do ano passado onde o MVAB se apropriou e levou consigo, as cópias dos documentos de cerca de 45 associados, a Certidão Original de Autodefinição da Comunidade Quilombola expedida pela Fundação Cultural Palmares, o livro ata original com assinaturas dos associados, livros caixa dos anos anteriores e as notas fiscais da associação.

Esse MVAB vinha realizando reuniões no sítio quilombola de matriarca da comunidade, dona Iraci Maria de Jesus Santos, desde 2015 até o período de 2022 antes da retomada transferir a sede da associação da casa da matriarca para a área devoluta em retomada ancestral quilombola, coletando as assinaturas dos associados nas atas de reuniões da associação, induzindo os associados a acreditarem que estariam assinando em nome da associação, porém na verdade seria em livros de atas do Movimento Vantuy para enganar a Fundação Cultural Palmares e o INCRA Bahia.

Nessa mesma reunião em agosto do ano passado, o MVAB praticou atos de calúnia, difamação e injúria, comentando na reunião que a associação havia recebido cerca de R$ 2.000 (dois mil reais) sem prestação de contas em assembléia pelo teroureiro Marcolino Vinicius Vieira. Após criar um clima de fakenews, o MVAB ameaçou expulsar Marcolino da retomada fundada pelas próprias lideranças quilombolas (Marcolino e Rosângela com suas filhas menores Maria Ester (5 anos), Clarissa (13 anos) e filhos Renaldo (16 anos) e Ricardo (18 anos).

Ainda assim, o MVAB coagiu os quilombolas que ficassem ao lado dessas lideranças. Por fim nessa reunião de agosto do ano passado, o MVAB verbalizou durante a reunião, que o quilombola deveria ser degolado por suposta traição.

A dita traição seria cessar as extorsões promovidas pelo MVAB. Os membros do MVAB não pertencem a Comunidade Quilombola e nem a Associação Quilombola e devido as ameaças constantes estabeleceu-se ainda no ano passado um clima tenso relacionada a terra ocupada em retomada ancestral. Neste ano, com o arquivamento da investigação, as vidas dessas famílias quilombolas foram colocadas em alto risco. Aos 19 dias do mês de junho de 2023, compareceu ao Ministério Público Federal a liderança Quilombola Marcolino Vinicius, relatando que cotidianamente recebe ameaças verbais e por meio de redes sociais com termos do tipo: “essa viadinho tem que morrer”, além de ameaças a ex-presidenta, Rosângela Santos, utilizando termos como “essa puta tem que morrer”.

O CIACOQ, Conselho Inter Territorial de Articulação das Comunidades Quilombolas do Baixo Sul e Litoral Sul do Estado da Bahia, por meio desta nota vem repudiar todas essas violências, crimes e violações dos direitos humanos dessas famílias quilombolas e pedi que esse incêndio criminoso seja investigado imediatamente pelo Governo Federal por meio de seus órgãos competentes. Toda Comunidade do CIACOQ de 63 (sessenta e três) Quilombos e a Diretoria do Conselho se solidariza com as lideranças Quilombolas Marcolino Vinicius Vieira e Rosângela Santos desejando força e saúde para seus filhos e filhas para que com acompanhamento médico possam se curar das feridas psicológicas causadas por tamanho absurdo. Nenhum quilombo a menos! Nenhuma liderança quilombola a menos! Vidas Quilombolas Importam!

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