“O colapso climático já começou”. A frase atribuída ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na tentativa de quebrar a apatia diante de um desastre ambiental, é um dos destaques da imprensa francesa nesta quinta-feira (7).
O alerta ocupa toda a primeira página do jornal Libération, que destaca “o calor anormal na França, chuvas diluvianas na Grécia e Espanha” depois do verão mais quente em 120 mil anos”. Marcado por fenômenos extremos de calor, numerosos incêndios e poluição do ar, o último trimestre foi o mais quente da história da humanidade, segundo o observatório europeu do clima, Copernicus, com uma média de 16,77° Celsius.
Os recordes de temperatura foram registrados nos hemisférios norte e sul e o ano de 2023 deverá superar o calor extremo de 2016, até agora o ano mais quente já vivido pelo homem. Além disso, “a temperatura da superfície do mar também está excepcionalmente elevada”.
“Dependência suicida”
A solução já é conhecida, destaca o diário: “sairmos de nossa dependência suicida aos combustíveis fósseis, responsáveis por mais de 80% das emissões de gases de efeito estufa”.
O assunto também é destaque no diário econômico francês Les Echos, que analisa a declaração final da primeira Cúpula Africana para o clima, em Naiorobi, no Quênia, três meses antes da COP 28. Os dirigentes de países africanos apelam a um forte estímulo ao financiamento externo para aumentar em seis vezes a quantidade de energia produzida a partir de fontes renováveis, até o fim desta década. “Um desafio colossal”, segundo o artigo, quando “um em cada dois africanos não tem sequer eletricidade em casa”.
Abrigando 20% da população mundial, a África conta com apenas 2% dos recursos mundiais para energias limpas, aponta o texto. Já os recursos necessários para projetos de adaptação às mudanças climáticas são estimados em € 93 bilhões por ano.
Fonte: UOL/MSN