ILHEUS: MUNICIPIO VAI RECEBER COMPLEXO DE INDÚSTRIA DE REFINO DE COMBUSTÍVEL COM INVESTIMENTO DE MAIS DE 5 BILHÕES DE REAIS

Um novo e importante investimento a caminho da Bahia. O governo do estado assinou um protocolo de intenções com a empresa Noxis Energy, que planeja construir uma nova refinaria na cidade de Ilhéus.

A planta terá capacidade de processamento de cinco milhões de toneladas de combustíveis por ano e receberá investimentos de R$ 5,3 bilhões. O empreendimento deve iniciar as obras em 2024 e prevê a geração de 3,5 mil postos de trabalho durante o período de construção e mais 600 empregos diretos e indiretos na fase de operação.

O anúncio foi realizado durante assinatura de protocolo de intenções com o governo baiano por meio da secretaria de desenvolvimento econômico. O empreendimento será responsável por produzir gás liquefeito de petróleo, gasolina, diesel automotivo e marítimo e óleo combustível marítimo.

“É com muita satisfação que anunciamos que a Bahia vai ganhar mais uma refinaria. Atualmente contamos com duas em operação, a Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, e a Dax Oill Refino, localizada em Camaçari. As refinarias são estruturadas para processar o petróleo e obter uma grande variedade de derivados, além de possuir uma enorme relevância para a movimentação da economia do país”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida.

NOXIS ENERGY

A Noxis Energy é uma empresa brasileira sediada no Rio de Janeiro, fundada em 2018 e trabalha principalmente no refino de petróleo ao longo da costa brasileira. De acordo com o diretor Executivo, Márcio Dutra, a chegada da refinaria no estado promoverá mais emprego e renda para os baianos, além de ajudar o Brasil a ter a independência energética.

Noxis Energy, desenvolvedora de projetos de refino, assinou um protocolo de intenções com o governo da Bahia, esta semana, para construção de uma refinaria em Ilhéus, no Sul da Bahia. O investimento é estimado em R$ 5,3 bilhões.

Produção

A refinaria produzirá Bunker e Diesel Maritimo, combustíveis adequado para navios, gasolina para veículos automotoras e óleo diesel para os setores rodoviário e ferroviário, direcionado ao transporte de cargas e passageiros (ciclo Diesel).

Já o gás liquefeito de petróleo (GLP) será produzido para utilização como combustível em aparelhos de aquecimento e equipamentos de cozinha.

De janeiro a abril deste ano, o Governo do Estado, por meio da SDE, já assinou outros 34 protocolos de intenções, somando um montante de R$ 6,2 bilhões e a previsão de criação de 2,5 mil empregos. O interior do estado será responsável por receber 62% (21) dos empreendimentos, acumulando um total de R$ 5,9 bilhões em investimentos e mais de 1,5 mil empregos.

Projeto prevê escoamento de combustíveis via ferrovia

O plano da Noxis é produzir, na Bahia, óleo combustível marítimo (bunker), para exportação; além de diesel, gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP), de olho na demanda do interior do país, sobretudo da região Centro-Oeste — que, no futuro, será conectada à Fiol.

“Para a ferrovia Fiol é ótimo, porque é retorno do trem. O trem deixa de puxar vagão vazio [no retorno, no sentido do interior do país] e puxa vagão carregado”, comentou.

A ideia da companhia é trabalhar, nos próximos 20 meses, na estruturação do projeto – em detalhes como a definição do mix de produtos e da origem do petróleo, além de estudos ambientais.

O presidente da Noxis Energy, Gabriel Debellian, conta que o plano é instalar uma refinaria de ao menos 100 mil barris/dia na retroárea do Porto Sul – que será conectado à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) pela Bahia Mineração (Bamin), responsável pelo projeto de extração de minério de ferro Pedra de Ferro, em Caetité.

A ideia da Noxis é replicar, em Ilhéus, o modelo do projeto da Refinaria de Petróleo de Pecém (RPP) que a Noxis também planeja tirar do papel — ou seja, uma refinaria associação a produção de metanol e ao biorrefino de óleo de soja, para produção de bioquerosene de aviação.

Noxis avalia importar petróleo

A Noxis vê com bons olhos a discussão, no governo, sobre o plano de destinar o oleo da União para o abastecimento do mercado interno de derivados e, assim, fomentar a expansão do refino nacional. A companhia chegou a formalizar a intenção de comprar petróleo da Pre-Sal Petróleo S.A. (PPSA).

Debellian destaca que o “melhor dos mundos” seria refinar óleo nacional, mas ele conta que o Porto Sul pode receber navios VLCCs – a maior classe de navios petroleiros em operação e que é utilizada para transporte de longo curso.

O executivo vê a mudança dos fluxos do comércio global de petróleo, desde o início da Guerra da Ucrânia, como uma oportunidade.

“Estamos acompanhando os movimentos internacionais. Uma refinaria com capacidade de receber VLCCs nos abre um leque enorme [de potenciais fornecedores]”, disse.

“Temos tido manifestações de interesse de players internacionais que estão no trading de petróleo. Hoje o trading de petróleo está muito confuso, as correntes de petróleo que seguiam para a Europa e os petróleos que tinham origem na Ásia estão se desviando, indo para outros lugares. E esses petróleos vão continuar sendo produzidos e tendo que ser escoados. E somos um destino”, complementou.

Fonte: EPBR

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