INSATISFAÇÃO GENERALIZADA NA BASE DE ACM NETO DEIXA VALDERICO JÚNIOR MAIS PERTO DE JERÔNIMO

INSATISFAÇÃO GENERALIZADA NA BASE DE ACM NETO DEIXA VALDERICO JÚNIOR MAIS PERTO DE JERÔNIMO

Ausência de diálogo acelera onda de deserções de prefeitos para o grupo liderado pelo governador

A postura de ACM Neto (União Brasil) tem sido questionada por correligionários em diversos municípios da Bahia, que reclamam de falta de diálogo e desinteresse do ex-prefeito de Salvador. A crítica ganhou força após o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), relatar publicamente que Neto não dá a atenção devida aos aliados.

O pensamento também foi compartilhado pelo deputado estadual Paulo Câmara (PSDB), durante entrevista ao programa Se Liga Bocão. “Você às vezes manda um Zap, não responde. Você às vezes liga, não atende”, declarou. O parlamentar citou o exemplo da carreata organizada pelo prefeito de Luís Eduardo Magalhães na ocasião da campanha de 2022. Conforme Paulo Câmara, Júnior Marabá teria sido ignorado pelo então candidato a governador da Bahia. “Não houve uma ligação, um muito obrigado. Isso machuca as pessoas”, acrescentou.

Esse cenário tem acelerado a migração de prefeitos para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Nomes como Eduardo Hagge, Zé Cocá, Hildécio Meireles e Gel da Farmácia já sinalizaram aproximação com o governo estadual. Enquanto aliados destacam a acessibilidade do petista — que costuma passar horas em municípios e checar o andamento de demandas —, a postura de Neto vem minando a sua influência em regiões estratégicas da Bahia.

Segundo fontes próximas, o prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior (União), também estaria insatisfeito. Neste mês, o gestor teve um extenso diálogo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, durante o desfile das escolas de samba campeãs do Carnaval 2025, no Rio de Janeiro (relembre aqui). A conversa com Rui Costa, ainda informal, ganha importância por ocorrer em meio ao avanço do PT na recomposição de suas alianças no estado. A possível saída de Valderico Júnior representaria mais um revés para ACM Neto.

O problema, contudo, vai além da política. Os relatos de desprezo após campanhas – sem sequer um agradecimento ou uma mensagem – revelam um padrão de arrogância que cobra seu preço. Agora, o vice-presidente nacional do União Brasil vê a base oposicionista se fragmentar, com reclamações sobre desgastes pessoais e falta de reconhecimento.

Se ACM Neto não corrigir o rumo, seu projeto de 2026 pode definhar antes mesmo de começar.

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