MULHERES SÃO MAIORIA EM IDADE ATIVA NA BAHIA, MAS GANHAM MENOS E TÊM MENOS ESPAÇO NO MERCADO DE TRABALHO

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2023, divulgados pelo IBGE, mostram que 52,2% da população em idade para trabalhar na Bahia (14 anos ou mais) são mulheres, totalizando 6,3 milhões. No entanto, elas representam apenas 43,2% da força de trabalho (3 milhões), enquanto os homens são 56,8% (3,9 milhões). Apesar de as mulheres terem maior escolaridade — 36,3% concluíram o Ensino Médio, contra 33,4% dos homens, e 15,1% possuem Ensino Superior, frente a 10,2% dos homens —, elas recebem menos.
A renda média das mulheres é de R$ 1.935, inferior à dos homens (R$ 2.052) e à média estadual (R$ 2.004). As desigualdades são ainda maiores para as mulheres negras, que recebem R$ 1.742, apenas 58,2% do valor auferido por homens brancos (R$ 2.991).
A pesquisa também revela que as mulheres assumem a maior parte das tarefas domésticas e de cuidado. Entre as jovens de 14 a 29 anos que não estudam nem trabalham, 50% cuidam da casa ou de familiares. Além disso, 56,2% dos que desistiram de procurar emprego são mulheres. Entre crianças de 5 a 13 anos, as meninas dedicam mais horas a tarefas domésticas (8,9 horas semanais) do que os meninos (6,1 horas semanais).
No trabalho doméstico remunerado, as mulheres são 94% dos ocupados, mas apenas 14,6% têm carteira assinada. Especialistas destacam a necessidade de políticas públicas para promover a igualdade, como ampliação de creches, escolas em tempo integral e redistribuição das responsabilidades de cuidado.
“A forma desigual como homens e mulheres realizam as atividades domésticas e de cuidado de pessoas se reflete em barreiras à entrada e à permanência das mulheres no mercado de trabalho, além de reduzir as oportunidades de crescimento na carreira. Os avanços em relação à escolaridade devem ser reconhecidos, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as mulheres tenham condições reais de igualdade no trabalho e na vida pública”, avaliou Lis Helena Borges, Especialista em Produção de Informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Fonte: Bahia.ba