CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO: HOUTHIS ARRASTADOS PARA UMA GUERRA POR PROCURAÇÃO DO IRÃ CONTRA OS EUA

A coligação liderada por EUA e Reino Unido cumpriu o que prometeu, bombardear mais de 60 alvos no IEMEN controlados pelos Houthis, a milícia patrocinada pelo Irã e considerada uma peça importante da sua rede na região.

Sucessivas advertências ao grupo sinalizaram duramente nas últimas semanas que não haveria tolerância para quem perturbasse o transporte marítimo no Mar Vermelho.

Os rebeldes iemenitas desafiaram o alerta, na terça-feira (9), com uma saraivada de mísseis e drones contra navios do Mar Vermelho, e receberam a resposta, da operação batizada de Guardião da Prosperidade, criada em dezembro para proteger a navegação.

que vem a seguir, após a retaliação da coalizão multilateral, vai depender da reação dos Houthis — se continuarão dispostos a serem arrastados numa guerra por procuração do Irã contra os EUA, conforme observou Thomas Warrick, ex-subsecretário Adjunto para Política Antiterrorista do Departamento de Segurança Interna dos EUA:

“O mundo está prestes a descobrir se os Houthis querem continuar os seus ataques e arriscar que os Estados Unidos e seus aliados atinjam ainda mais alvos estratégicos do grupo”, atestou o especialista em seu comentário ao think tank Atlantic Council.

Conhecidos como “PARTIDÁRIOS DE DEUS (ALÁ)”, OS Houthis declararam ter aderido à guerra de Gaza ao lado do Hamas e contra Israel e já demonstraram, com sucessivos desafios, que não têm muito a perder. São representantes do Irã num local estratégico para o comércio marítimo: o Estreito de Bab-el-Mandeb, que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Aden, e por extensão, ao Oceano Índico.

Cerca de 15% da navegação mundial trafegam pelo Mar Vermelho; redirecionar os navios significa adicionar dez dias extras às rotas marítimas e mais prejuízos à cadeia de abastecimento e à economia global.

Os EUA e seus aliados estão diante de um inimigo complexo — uma milícia que não responde a um Estado; ao contrário, combate o governo do Iêmen. O grupo rebelde protagonizou, por nove anos, uma guerra civil contra o governo do país, num confronto por procuração entre Irã e Arábia Saudita.

Uma trégua acordada em 2022 sustenta de forma precária o fim do conflito, que deslocou mais de 4,5 milhões de pessoas e causou o mais grave desastre humanitário da atualidade, segundo a ONU.

 As provocações sucessivas dos rebeldes com ataques a navios no Mar Vermelho são um indício de que esta primeira resposta militar dos EUA não deverá ser a última.

Fonte: G1

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